Exemplo 1: Um kit de 8GB de memória para servidores Xeon 3400 custa R$240,00. Portanto, 8GB ou 16GB tem a mesma relação de custo, ou seja, 1:1 (paga-se o dobro, leva-se o dobro).
Entretanto, se considerarmos o custo da solução, teremos um fator de ganho completamente diferente.
Para esse exemplo, tomemos um servidor completo, dotado de 8GB de memória, ao custo sugerido de R$2.700,00. Nesse cenário percebemos que um upgrade de 8GB para 16GB custa apenas 9% a mais (+R$240,00) e entregará para o usuário uma solução com o dobro de memória.
Exemplo 2: Um processador Xeon® X5650 (6-Core @2.66GHz) custa 150% a mais que um processador E5620 (4-Core @2.40GHz). Analisando superficialmente, o ganho de performance é de apenas 55% (sendo 50% a mais de núcleos + 10% a mais de clock).
Em situação prática a diferença de custo entre um servidor com 2 processadores Xeon® E5620 (4-Core) e a mesma configuração, dessa vez integrada com 2 processadores X5650 (6-Core), é de R$3.600,00.
Tomando como exemplo um servidor com custo base de R$10mil, com apenas 36% a mais de investimento o usuário gozará de uma solução com 55% a mais de poder de processamento.
Exemplo 3: Um disco rígido de 1TB custa por volta de R$200,00. Imaginando um servidor básico com apenas 1 disco rígido, custando cerca de R$2mil, com apenas 10% a mais de investimento o usuário estaria adquirindo a tranquilidade de um volume espelhado. Ou seja, não se trata de gastar o dobro em HDs.
O mesmo ponto de vista se aplica ao compararmos RAID-1 vs RAID-10, usar - ou não - uma controladora RAID dedicada, comparar servidores mono vs. dual, adquirir mais placas de rede GbE, etc.
O usuário precisa definir claramente sua possibilidade de investimento e, dentro desse orçamento, definir a melhor maneira de investir.
Nessa decisão pesarão fatores de risco (como a decisão por um nível mais seguro de RAID), fatores de performance (como a decisão entre qual processador escolher) e, finalmente, os pontos de equilíbrio que ajudarão ao usuário decidir entre qual segmento receberá mais verba e qual será relegado à economia do orçamento.
A esse terceiro fator, o dos pontos de equilíbrio, costumamos chamar de "gargalos".
Os gargalos...
Em um mundo ideal todos os usuários poderiam adquirir o melhor equipamento do mundo, mas sabemos que isso é uma utopia!
Conforme a(s) função(ões) que cada servidor desempenhará, alguns setores do hardware tornam-se gargalos.
Há servidores onde o poder de processamento é menos importante que o I/O e, para esses casos, o usuário deve optar por injetar mais orçamento em soluções de disco.
Já em outros servidores a memória RAM é um item aflitivo, onde o máximo é o ideal. Para esses usuários a configuração pode contar com processadores mais leves e uma grande fatia do orçamento será destinada ao investimento em memória.
Por outro lado, em um cenário onde a disponibilidade é o ponto crucial, é mais sensato que o usuário considere a compra de dois servidores (mantendo um ecossistema de redundância) em lugar de investir todo seu orçamento em um modelo super-robusto de equipamento que, vindo a parar, prejudicaria sobremaneira toda a operação de TI, já que esse equipamento era o único!
Essa percepção de necessidade por "alta disponibilidade" já vem sendo adotada por diversas empresas, basta notar o crescimento vigoroso da adoção de ambientes em cluster + virtualização.
E assim começamos a pensar em "nuvem interna", "private cloud" ou "nuvem indoor"...