"A internet no Brasil não está tão defasada em comparação ao que se vê no exterior"

"Não estou dizendo que a nossa internet é uma maravilha. Mas ela não está tão fora assim" - talvez essa tenha sido a frase mais marcante da entrevista concedida ao G1 pelo atual ministro das Comunicações, Paulo Bernardo Silva.
Ainda segundo o ministro, a internet no Brasil não está tão defasada em comparação ao que se vê no exterior e, segundo ele, a perspectiva é que os indicadores qualidade e velocidade da internet nacional fiquem iguais aos dos países desenvolvidos até 2014.

A seguir transcrevemos citações da entrevista e comentamos alguns tópicos.

Redes 4G
“a Itália e a França licitaram celular de quarta geração agora, setembro, outubro. Nós vamos fazer [a licitação] em abril do ano que vem. A tendência é que até 2014 nós vamos estar equiparados com esses países [na qualidade e velocidade da internet]" afirmou Paulo Bernardo.

Nota: Cabe lembrar que a cobertura 3G, apesar de amplamente difundida, ainda deixa (muito) a desejar em grandes centros urbanos e, praticamente, inexiste em municípios menores.

PNBL (Plano Nacional de Banda Larga)
"Está muito grande a procura, e como as empresas estão escalonando, estão oferecendo em alguns municípios e em outros ainda não, tem muita reclamação por conta disso" - comentou o ministro a respeito do PNBL (plano de 1Mbps oferecido a partir de 1º de outubro em 344 municípios brasileiros, com assinatura mensal máxima de R$35). Também afirmou que pediu à Oi que acelere a expansão da oferta do serviço.


Nota: Cabe lembrar que na segunda-feira (24/10/2011) o ministro das Comunicações afirmou que em 15 dias o governo mandará ao Congresso uma medida provisória que prevê a isenção de impostos como PIS, Cofins e IPI para as empresas de telecomunicações, e espera, como contrapartida, estimular investimentos no setor, principalmente nas regiões menos favorecidas e com menor cobertura. "A empresa que fizer o investimento no chamado filé mignon vai ter que fazer também no Norte, Nordeste, que são áreas com menor rentabilidade, mas que precisam ser atendidas".
Segundo o ministro, com a isenção fiscal, os investimentos do setor poderão voltar ao patamar pós-privatização, no fim dos anos 1990. De acordo com Bernardo, os dispêndios das empresas giram perto de R$ 17 bilhões e a meta é atingir R$ 25 bilhões de investimento ao ano.

Metas de Qualidade
Trazendo o foco para a Anatel, o ministro destaca o plano de metas de qualidade (atualmente em discussão na agência), o qual objetiva obrigar as operadoras a suportarem determinada meta de cumprimento da velocidade contratada. Atualmente, como não há nada que determine quanto deve ser garantido, algumas operadoras asseguram apenas 10% da velocidade contratada.

Nota: Através das franquias de consumo as operadoras poderão contornar facilmente essa obrigatoriedade de cumprimento mínimo, uma vez que terão de garantir o percentual legal de banda contratada apenas enquanto o usuário não atingisse o teto de sua franquia de tráfego. Uma vez chegando a esse teto de tráfego contratado, o usuário teria sua largura de banda reduzida a taxas baixíssimas.

Em estudo divulgado pela Akamai no segundo trimestre de 2010 o Brasil ocupava a 37ª posição no ranking mundial dos países com maior velocidade média de conexão à internet.

Entrevista de Paulo Bernardo ao G1
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Foto: Ministério do Planejamento
Gráfico: Akamai - O Estado da Internet
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