Poucos usuários chegaram a conhecer, mas a Apple lançou uma linha de servidores em 2002 e, após 8 anos, retirou os produtos do mercado em novembro de 2010.
Apesar do reconhecimento mundial da marca, da admiração de uma legião de seguidores e dos incontestáveis sucessos comerciais - como os iMacs, MacBook Pro, MacBook Air e, sobretudo, o iPhone - o fabricante não conseguiu replicar esse sucesso no segmento de servidores.
Há muito tempo defendemos que o segmento de servidores deve ser atendido por especialistas.
O fato de uma indústria como a Apple ter saído do mercado demonstra que os fabricantes sem foco nesse segmento estão fadados a abandoná-lo e, uma vez abandonando o mercado, seus usuários serão abandonados também!
Servidores tem um ciclo de vida mais longo que um tablet ou notebook!Em geral servidores são equipamentos com amortização prevista para 36 meses e, muito frequentemente, alongada para 60 meses. Todavia, não são raros os casos onde um servidor continua operando, mesmo após 5 anos de vida.
Nesse segmento, com um ciclo de vida mais longo, usuários de servidores precisam contar com peças de reposição, itens para upgrade, controladoras, placas de expansão etc.
Se o fabricante descontinua um produto, só é obrigado a ter inventário de peças por 30 dias!
Falta especialização...Percebemos diariamente que a grande maioria dos fabricantes e integradores estão "mirando em qualquer coisa que se mexa". Independente do porte, tempo de mercado ou renome, é difícil acreditarmos que uma empresa que forneça de tudo seja especialista em algo.
Muitos usuários mencionam algumas multinacionais como marcas "especializadas" em servidores. Será que esses usuários sabem quanto o segmento de servidores representa no faturamento dessas empresas?
É difícil acreditar que um segmento que represente menos de 2% do faturamento de uma empresa seja tratado como "estratégico" ou "foco" pelos tomadores de decisão.
E, quanto mais esses fabricantes investem em propagandas de notebooks e desktops nas maiores emissoras e jornais do país, mais esses departamentos crescem e MENOS o segmento de servidores representa na receita dessas empresas.
Mais cedo ou mais tarde o usuário vê a marca descontinuar a divisão de servidores e focar nos itens de consumo, posto que são um excelente mercado no Brasil.
O maior vendedor de carne do Brasil é ...A cadeia de "restaurantes" que mais vende carne no Brasil é daquela lanchonete americana que começa com "Mc" (sim, eles são classificados como restaurantes).
O fato de uma empresa ser líder em volume significa que ela seja especialista?
Será que o fast-food com o maior volume de carne do país pode ser comparado a um especialista de carnes?
Aquele restaurante argentino excepcional que funciona há décadas na sua cidade deveria ser comparado a essa lanchonete? Eles entregam carnes com o mesmo nível de conhecimento do assunto?
Ou aquela rede de churrascarias reconhecida em todo o Brasil (e com filiais nos EUA) não chega a uma fração tímida do volume de carnes processado pela rede de fast-food. Deveríamos desqualificar a churrascaria porque ela não tem volume?
Pois é isso que vem acontecendo no mercado de servidores... Grandes fast-foods estão apregoando pelo mercado que seus volumes são enormes e, por isso, são especialistas!
Muitos usuários, por não entenderem que a indústria está falando de volumes totais - e não de volumes segmentados em servidores - acabam acreditando que uma divisão que responde por menos de 2% do faturamento de uma empresa possa ser foco estratégico para qualificação, desenvolvimento, inventário, prioridade fabril, etc...
Vale a pena ler:
Ter servidores para entrega imediata é o mínimo que se pode esperar de uma empresa especializada em servidores.Apple Xserve - WikipédiaBusca por xserve no site da ApplePágina de suporte da linha Xserve (Apple)